segunda-feira, 27 de outubro de 2008

FOGÃO À LENHA

Ai que saudade do fogão à lenha,
Aquele vermelho da cozinha,
Que tem a escadinha pra todos descansar!
Aquele fogão da roça do papai
Que aqueceu as noites de frio
Cujo fogo cozinhou a galinha caipira com quiabo na panela de ferro
Ou a couve com feijão e angu.

Ah fogão a lenha que nos ensina ter a paciência para acendê-lo
E nos presenteia com inesquecível sabor
E intermináveis conversas.

Fogão à lenha que também aquece a água da serpentina
O pão de queijo, os tachos de doce de leite
Os corações vazios e a cabeça filosófica!

Fogão que define quem é “de casa”
Quem é visita
E qual a importância que a pessoa tem.

Fogão que une a família e nos presenteia a cada dia
Com aconchego no lar...

Fogão à lenha, que quem não conhece
Quem não entende
Não conhece o interior
E não entende o quão especial e único
É este símbolo da mineiridade, dos causos e do indescritível.

sábado, 18 de outubro de 2008

?

o espiral roda na cabeça
as borboletas batem asas na barriga
os olhos piscam incessantemente
a cabeça grita
a boca pensa
o nariz sente o gosto da confusão no ar...

aquele caracol corre na cadeia
na beleza
e na mente

tudo pode ser tão mais fácil
mas o quebra cabeça pede pra brincar comigo
e não resisto
caio em seus braços
arregaçadores, cruéis
deliciosos
ouço pra trás e nada vejo
a não ser aquela encruzilhada que já apalpei tantas vezes
mas não consigo concertar!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

eu entendo, mas não compreendo

As pernas bambeiam
as lágrimas correm
o desespero atormenta
e não se sabe o que fazer.

Não se sabe se é dor,
se é egoísmo,
se é saudade
ou se é apenas um pesadelo que vai passar.

é algo forte
avassalador
indecente.
é um corte profundo com os olhos nos olhos.
é algo vibrante
emocionante
aterrorizante
ensurdecedor.

é a sensação mais burra
porque se trata da única certeza
e da maior incognita:
a morte!

domingo, 5 de outubro de 2008

2

como desvenciliar do sorriso?
do carinho?
da emoção?

o abraço na mente me prende
deixa batom marcado na roupa
fio de cabelo no colchão

as compras juntos no supermercado
a música ouvida em comum
o filme assitido abraçadinhos

as brigas
as voltas
as caras feias
coração

o que seria da vida
se nela não existe o "a dois?"

Máscaras

ah como as pessoas olham apenas os olhos azuis
a loira alta, magra e linda!
mesmo se esta não tiver absolutamente nada a acrescentar além da sua estontiante beleza!

quantos devaneios!

As pessoas não são o que a cor de pele
ou a marca da roupa dizem (esses dados dizem?)
não são o saldo da conta bancária
e nem a influência do nome que possuem

é tão difícil compreender?

Não vou ficar aqui ocupando seu tempo
ocupando meu teclado e minhas palavras
pra convencer pessoas que as coisas não são assim, tão tolas.

Porém não consigo me calar diante desta situação
que talvez Froid até possa explicar,
mas continuo achando inesplicável!